Fenomenologia da prática nas organizações hoteleiras

proposição de um protocolo de pesquisa

Autores

  • Jammilly Mikaela Fagundes Brandão Instituto Federal de Brasília (IFB), Brasília, DF, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8826-9762
  • Anielson Barbosa da Silva Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7784/rbtur.v16.2304

Palavras-chave:

Fenomenologia da prática, Protocolo de pesquisa, Gestão Hoteleira como Prática.

Resumo

Este artigo tem como objetivo propor um Protocolo de Percepção de uma Prática e pode auxiliar pesquisadores interessados em compreender a gestão hoteleira como prática em diferentes contextos. Os 3Ps da pesquisa são fundamentados na fenomenologia da prática (Van Manen, 2014) e compreende quatro fases: a primeira é referente à preparação para entrada no campo; a segunda e a terceira envolvem a imersão fenomenológica no campo, utilizando o shadowing, com registro de observações e conversas informais em um diário de campo,e as entrevistas em profundidade estruturadas a partir da proposta de Seidman (2006) e nas orientações de Van Manen (2014). A quarta fase abrange a descrição e análise do material empírico, realizada com base nas recomendações de Van Manen (2014) sobre o “texto fenomenológico”, nas orientações de Strati (2007) sobre a técnica do “texto aberto” e nas considerações de Cloutier (2016) sobre a escrita do texto. Os 3Ps podem auxiliar o pesquisador na condução de estudos no contexto das organizações hoteleiras e tem potencial contribuição metodológica e prática para pesquisadores interessados em investigar a gestão como prática nas demais organizações turísticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jammilly Mikaela Fagundes Brandão, Instituto Federal de Brasília (IFB), Brasília, DF, Brasil

Professora da área de Hotelaria do Instituto Federal de Brasília – IFB, com atuação nos cursos superiores de Hotelaria e Gastronomia e no curso técnico de hospedagem. Formação: Doutorado e Mestrado em Administração, Especialização em Turismo e Desenvolvimento Local, Graduação em Hotelaria e em Administração, pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

Anielson Barbosa da Silva, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Departamento de Administração da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Coordenador do Núcleo de Estudos em Aprendizagem e Conhecimento – NAC. Formação: Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestrado e Graduação em Administração pela UFPB.

Referências

Bispo, M. de S. (2016). Tourism as practice. Annals of Tourism Research, 61, 170-179. https://doi.org/10.1016/j.annals.2016.10.009

Bispo, M. de S. (2015). Methodological Reflections on Practice-Based Research in Organization Studies. Brazilian Administration Review-BAR, v. 12, n. 3, p. 309-323. https://doi.org/10.1590/1807-7692bar2015150026

Bispo, M. de S., & Godoy, A. S. (2012). A etnometodologia enquanto caminho teórico-metodológico para investigação da aprendizagem nas organizações. RAC-Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n. 5, p. 684-704. ISSN 1415-6555 (Print) 1982-7849 (Online). https://doi.org/10.1590/S1415-65552012000500004

Bispo, M. de S., & Godoy, A. S. (2014). Etnometodologia: uma proposta para pesquisa em estudos organizacio-nais. Revista de Administração da UNIMEP, v. 12, n. 2, p. 108-135. https://doi.org/10.15600/1679-5350/rau.v12n2p108-135

Cloutier, C. (2016). How I write: An inquiry into the writing practices of academics. Journal of Management Inquiry, v. 25, n. 1, p. 69-84. https://doi.org/10.1177/1056492615585875

Coffey, A. & Atkinson, P. (1996). Making sense of qualitative data. Thousand Oaks (CA): Sage.

Colaizzi, P. F. (1978). Psychological research as the phenomenologist views it.

Czarniawska, B. (2008). Organizing: how to study it and how to write about it. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, v. 3 n. 1, p. 4-20. https://doi.org/10.1108/17465640810870364

de Albuquerque Meneguel, C. R., & Tricárico, L. T. (2019). Aplicação da abordagem fenomenológica e estudo epistê-mico no turismo: análise dos artigos publicados em periódicos. Marketing & Tourism Review, 4(1). ISSN: 2177-3866. https://doi.org/10.29149/mtr.v4i1.5020

Diekelmann, N., Allen, D., & Tanner, C. (1989). The NLN criteria for appraisal of baccalaureate programs: A critical hermeneutic analysis (NLN Publication No. 15-2253). New York, NY: National League for Nursing.

Errasti‐Ibarrondo, B., Jordán, J. A., Díez‐Del‐Corral, M. P., & Arantzamendi, M. (2019). Van Manen's phenomenology of practice: How can it contribute to nursing? Nursing Inquiry, 26(1), p. 1-10, 2019. https://doi.org/10.1111/nin.12259

Errasti‐Ibarrondo, B., Jordán, J. A., Díez‐Del‐Corral, M. P., & Arantzamendi, M. (2018). Conducting phenomenological research: Rationalizing the methods and rigour of the phenomenology of practice. Journal of Advanced Nurs-ing, v. 74, p. 1723–1734. 2018. https://doi.org/10.1111/jan.13569

Gallagher, S., & Zahavi, D. (2008). The Phenomenological Mind: an introduction to philosophy of mind and cognitive science. London/New York: Routledge.

Gherardi, S. (2006). Organizational knowledge: the texture of workplace learning. Oxford: Blackwell Publishing. ISBN 9781405125598

Gherardi, S. (2012). How to conduct a practice-based study: problems and methods. Cheltenham: Edward Elgar, pp. 155 - 177. https://doi.org/10.4337/9780857933386

Gibbs, P. (2014). The phenomenology of professional practice: a currere. Studies in Continuing Education, v. 36, n. 2, p. 147-159. https://doi.org/10.1080/0158037X.2013.825765

Gil, A. C., & Silva, S. P. M. (2015). O método fenomenológico na pesquisa sobre empreendedorismo no Brasil. Revista de Ciências da Administração, v. 1, n. 1, p. 99-113. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2015v17n41p99

Gill, R., Barbour, J., & Dean, M. (2014). Shadowing in/as work: ten recommendations for shadowing field work prac-tice. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, v. 9. n. 1, p. 69-89. https://doi.org/10.1108/QROM-09-2012-1100

Giorgi, A. (1985). The phenomenological psychology of learning and the verbal learning tradition. In: Giorgi, A. Phe-nomenology and pshycological research. Pittsburg: Duquesne University.

Halling, S. (2012). A Review of: “Massimlliano Tarozzi and Luigina Mortari (Eds.). (2010). Phenomenology and Hu-man Science Research Today" Bucharest: Zeta Books. 325 pages, ISBN 978-973-1997-44-5 (paperback).

Küpers, W., & Weibler, J. (2008) Emotions in organisation: an integral perspective. International Journal of Work Or-ganisation and Emotion, v. 2, n. 3, p. 256-287. https://doi.org/10.1504/IJWOE.2008.019426

Marandola JR, E. (2016). Identidade e Autenticidade dos Lugares: O pensamento de Heidegger em place and place-lessness, de Edward Relph. Geografia, v. 41, n. 1.

Merleau-Ponty M. (2010). Phenomenology of perception. New York (NY): Routledge Classics. ISBN: 9780415834339

Nicolini, D. (20013). Practice Theory, Work, & Organization: an introduction. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-923159-1

Nicolini, D., Gherardi, S., & Yanow, D. (2003). Knowing in organizations: a practice-based approach. Nova York: M. E. Sharpe.

Oliveira, S. A., & Montenegro, L. M. (2012). Etnometodologia: desvelando a alquimia da vivência cotidiana. Cadernos EBAPE. BR, v. 10, n. 1, p. 129-145. https://doi.org/10.1590/S1679-39512012000100009

Panosso Netto, A. (2011). Filosofia do turismo: teoria e epistemologia. 2.ed. São Paulo: Aleph. ISBN: 9788576571094.

Panosso Netto, A. P., & Nechar, M. C. (2014). Epistemologia do turismo: escolas teóricas e proposta crítica. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 8(1), 120-144. https://doi.org/10.7784/rbtur.v8i1.719

Pereira, P. S. (2015). Fenomenologia da prática. Revista de Enfermagem UFPE, v. 9, n. 10, p. 9608-9615. doi: 10.5205/reuol.7944-69460-1-SM.0910201525.

Pernecky, T. & Jamal, T. (2010). (Hermeneutic) Phenomenology in tourism studies. Annals of Tourism Research, 37(4), pp. 1.055-1.075, out. https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.04.002

Pimentel, R., & Nogueira, E. E. S. (2018). Estudos baseados na prática: possibilidades metodológicas para pesquisas em estudos organizacionais. Organizações & Sociedade, v. 25, n. 86, p. 350-370. https://doi.org/10.1590/1984-9250861

Schatzki, T. (2001). Introduction: practice theory. The practice turn in contemporary theory.

Seidman, I. E. (2006). Interviewing as qualitative research: A guide for researchers in education and the social sci-ences. Teachers College Press.

Seidman, I. E. (1991). Interviewing as qualitative research. A Guide for Researchers in Education and the Social Sci-ences. Columbia: Teachers College Press.

Silva, A.B. (2010). A fenomenologia como método de pesquisa em estudos organizacionais. In: Godoi, C.K., Bandeira-De-Mello, R., & Silva, A.B. (Org.). Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: Paradigmas, Estratégias e Métodos. 2 ed.São Paulo: Saraiva, p. 277-307.

Silveira, R. Z., Fischer, C., & Olivier, M. A. (2010). Fenomenologia como Método de Pesquisa: uma Análise a Partir dos Trabalhos Publicados nos Principais Eventos e Revistas Nacionais em Administração - 1997 a 2008. In: EnANPAD, 34, São Paulo. Anais... São Paulo: ANPAD.

Silveira, R. Z.; Guerra, A. C.; & Gonçalves, C. A. (2012) A Aplicação da Fenomenologia nos Estudos Organizacionais no Brasil. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 2, p. 269-300. ISNN 2177-6083. https://doi.org/10.13058/raep.2012.v13n2.92

Standal, Ø. F. (2014) Phenomenology and adapted physical activity: Philosophy and professional practice. Adapted Physical Activity Quarterly, v. 31, n. 1, p. 35-48. https://doi.org/10.1123/apaq.2012-0064

Strati, A. (2007). Organização e Estética. Tradução Pedro Maia Soares. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Van Kann, A. (1959). Phenomenological analysis: exemplified by a study of the experience of really feeling under-stood. Journal of Individual Psychology, USA, v. 15, p. 66-72.

Van Manen, M. (2014). Phenomenology of practice: Meaning-giving methods in phenomenological research and writing. Routledge. ISBN 9781611329445.

Van Manen, M. (2007). Phenomenolgy of practice. Phenomenology & Practice. (1)1: 11-30. https://doi.org/10.29173/pandpr19803

Van Manen, M. (1990). Researching lived experience: human science for an action sensitive pedagogy. New York (NY): SUNY Press.

Downloads

Publicado

2022-01-11

Como Citar

Brandão, J. M. F., & Silva, A. B. da . (2022). Fenomenologia da prática nas organizações hoteleiras: proposição de um protocolo de pesquisa. Revista Brasileira De Pesquisa Em Turismo, 16, 2304. https://doi.org/10.7784/rbtur.v16.2304

Edição

Seção

Artigos - Turismo e Sociedade